Capitulo 1 :
AS QUESTÕES-RESUMO
Jornal da Ciência
Cientistas encontram os primórdios da moralidade no comportamento de primatas
Nicholas Wade escreve para “The New York Times”:
Alguns animais são surpreendentemente sensíveis ao sofrimento dos outros. Chimpanzés, que não sabem nadar, morreram afogados em piscinas de zoológico tentando salvar os outros.Quando podem só obter comida puxando uma corrente que também desfere um choque elétrico a um companheiro, macacos rhesus passam fome por vários dias.Biólogos argumentam que esses e outros comportamentos sociais são os precursores da moralidade humana. Eles também acreditam que, se a moralidade nasceu de regras de comportamento formuladas pela evolução, cabe aos biólogos, e não aos filósofos ou teólogos, dizer quais são essas regras.Filósofos especialistas em moral não levam a sério a intenção dos biólogos de anexarem o assunto, mas interessam-se pelo que os biólogos têm a dizer e iniciou-se um diálogo acadêmico entre eles.O primeiro grito de batalha foi do biólogo Edward O. Wilson, há mais de 30 anos, quando sugeriu em seu livro "Sociobiology" (sociobiologia) que chegara "a hora de a ética ser removida temporariamente das mãos dos filósofos" e passar aos biólogos.
Talvez ele tenha corrido antes do tiro de largada, mas nas décadas que se passaram os biólogos fizeram um progresso considerável.No ano passado, Marc Hauser, biólogo evolucionário de Harvard, propôs em seu livro "Moral Minds" (mentes morais) que o cérebro tem um mecanismo geneticamente determinado para adquirir regras morais, uma gramática moral universal. O mecanismo seria similar ao maquinário neural usado para aprender uma língua. Em outro livro recente, "Primates and Philosophers" (primatas e filósofos), o primatologista Frans de Waal defende, contra as críticas dos filósofos, a opinião que a raiz da moralidade pode ser vista no comportamento social de macacos e gorilas.Frans de Waal, diretor do Centro Living Links da Universidade Emory, argumenta que todos os animais sociais tiveram que restringir ou alterar seu comportamento de várias formas para a vida em grupo valer a pena.
Essas restrições, evidentes em macacos e ainda mais em chimpanzés, também fazem parte da herança humana, e em sua opinião formam o conjunto de comportamentos do qual a moralidade humana foi formada.Muitos filósofos acham difícil pensar em animais como seres morais.Waal de fato não alega que possuem moralidade, mas argumenta que a moralidade humana seria impossível sem certas bases emocionais que claramente estão em funcionamento em sociedades de chimpanzés e gorilas.
Macacos e chimpanzés têm um sentido de ordem social e regras sobre o comportamento esperado, a maior parte relacionada à natureza hierárquica de suas sociedades, na qual cada membro reconhece seu próprio lugar.
Esses quatro tipos de comportamento - empatia, capacidade de aprender e seguir regras sociais, reciprocidade e fazer as pazes - são a base da sociabilidade.
Empatia é, segundo Hoffman (1981), a resposta afetiva vicária a outras pessoas, ou seja, uma resposta afetiva apropriada à situação de outra pessoa, e não à própria situação.O termo foi usado pela primeira vez no início do século XX, pelo filósofo alemão Theodor Lipps (1851-1914), "para indicar a relação entre o artista e o espectador que projeta a si mesmo na obra de arte."
Na psicologia e nas neurociências contemporâneas a empatia é uma "espécie de inteligência emocional" e pode ser dividida em dois tipos: a cognitiva - relacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas; e a afetiva - relacionada à habilidade de experimentar reações emocionais por meio da observação da experiência alheia. Pesquisas indicam que a empatia tem uma resposta humana universal, comprovada fisiologicamente. Dessa forma a empatia pode ser tomada como causa do comportamento altruísta, uma vez que predispõe o indivíduo a tomar atitudes altruístas.
O conceito de Ciências Sociais ou como refere Nunes (1987), Ciências do Homem, só existe numa concepção fragmentária, englobando um conjunto de ciências dispares e desconexas. Neste contexto abrangente, Silva e Pinto (1986) apresentam como algumas destas ciências, a Sociologia, a Economia, a Psicologia Social e a Antropologia, às quais, Nunes (1987) adiciona a Geografia Humana, a Demografia, a Ciência Política, a Lingüística e a Etnologia Social.
Desta forma, as Ciências Sociais exprimem uma unidade (objetivo comum de estudo), resultante da diversidade do estudo de diferentes fenômenos ou realidades, presentes nas disciplinas nomotéticas. Contudo, é necessário mencionar que as diferentes disciplinas anteriormente referidas e apesar de terem em comum o mesmo objetivo de estudo, distinguem-se nas metodologias utilizadas, em 4 níveis (Nunes, 1987):
• Os fins ou objetivos que orientam a investigação, ou seja, o que interessa aos investigadores analisar, explicar e compreender;
• A natureza, condicionada por esses fins, dos problemas de investigação que os investigadores definem como sendo aqueles sobre os quais a sua pesquisa deve incidir;
• Os critérios utilizados pelos investigadores, a fim de se seleccionarem as variáveis relevantes para o estudo desses problemas; e,
• Os métodos e técnicas de pesquisa empírica e de interpretação teórica que os investigadores considerem adequados para trabalhar com as variáveis escolhidas, resolver os problemas de investigação com que se defrontem e atingir os fins ou objetivos visados.
Antropologia - consiste do estudo do ser humano. O pilar central da antropologia é o conceito de cultura e sociedade e de que nossa espécie tem desenvolvido simbolicamente uma capacidade universal para compreender o mundo, para ensinar e aprender tais símbolos socialmente e para transformar o mundo (e nós mesmos) baseados em tais símbolos.
Metodologia científica refere-se à forma como funciona o conhecimento científico. A metodologia científica tem sua origem no pensamento de Descartes, que foi posteriormente desenvolvimento empiricamente pelo físico inglês Isaac Newton. Descartes propôs chegar à verdade através da dúvida sistemática e da decomposição do problema em pequenas partes, características que definiram a base da pesquisa científica.
A Arqueologia é uma ciência social (isto é, que estuda as sociedades), podendo ser tanto as que ainda existem, quanto as atualmente extintas, através de seus restos materiais, sejam estes objectos móveis (como por exemplo objeto de arte, como as vénus) ou objetos imóveis (como é o caso de estruturas arquitectónicas). Também se incluem as intervenções no meio ambiente efetuadas pelo homem.
Ciência Política é o estudo da política — dos sistemas políticos, das organizações políticas e dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo — ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis. Os cientistas políticos podem estudar instituições como corporações(ou empresas, no Brasil), uniões (ou sindicatos, no Brasil), igrejas, ou outras organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, em complexidade e interconexão
Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição, e consumo de bens e serviços. O termo economia vem do grego para oikos (casa) e nomos (costume ou lei), daí "regras da casa (lar)."
A Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é a reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo.
A psicologia (do grego Ψυχολογία, transl. psykhologuía, termo derivado das palavras ψυχή, psykhé, "alma", e λόγος, lógos, "palavra", "razão" ou "estudo") é a ciência que estuda os processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano e animal (para fins de pesquisa e correlação, na área da psicologia comparada). Neste ponto é necessário uma informação importantíssima: o corpo e a mente não são separados, quando se fala que o estudo se dá pelo viés da mente e/ou pelo viés do corpo, é necessário informar que essa é uma elaboração teórica, já que existem estudos, com grande comprovação ao longo dos tempos, que mostram a influência de um sobre o outro. Para estes fins, há vários métodos, como a observação, estudos de caso, estudos em neuropsicologia entre outros estudos multidisciplinares. Outro objeto de estudo da psicologia são as personalidades inadaptáveis com comportamentos desviantes, chamados de psicopatologia. Como dito, a partir do pressuposto básico que existe um monismo - e não um dualismo como Descartes apregoou - este ramo do conhecido tem seus estudos voltados a esse axioma principal. Entre outras atuações que esta ciência permite ao profissional da área, estão a explicação dos mecanismos envolvidos em determinados comportamentos, assim como preveni-los e modifica -los.
A Sociologia é uma ciência que estuda o comportamento humano e os meios de comunicação em função do meio e os processos que interligam o indivíduo em associações, grupos e instituições. Enquanto o indivíduo na sua singularidade é estudado pela Psicologia, a Sociologia estuda os fenômenos que ocorrem quando vários indivíduos se encontram em grupos de tamanhos diversos, e interagem no seu interior.
Sociologia política é o ramo da sociologia que reflete sobre o poder, o Estado e o dever político. É o estudo das bases sociais da política. A Sociologia ajuda a entender a politica em si. Esta deriva do grego Politheia. Foi criada pelo filósofo e sociólogo francês Augusto Conte e desenvolvida posteriormente por outros autores como:((Emile Durkheim)), Thomas Moore, John Locke, Thomas Hobbes, Montesquieu e Karl Marx, entre outros.
A sociologia da ciência é um ramo de estudo da sociologia dentro do campo da sociologia do conhecimento que estuda a influência de fatores externos no desenvolvimento da ciência. Tem estreitas ligações com a História da ciência. Ganhou grande impulso com a publicação de A estrutura das revoluções científicas do físico, filósofo e historiador da ciência Thomas Kuhn. Com a radicalização da posição kuhniana, surgiram estudos cada vez mais radicais que pensavam a verdade científica como algo puramente conformado por fatores sociais, como as posições da Escola de Edimburgo e seu Programa forte de sociologia, a antropologia da ciência de Bruno Latour, e toda uma vertente de estudos pós-kuhnianos e pós-modernos.
Segundo Emile Durkheim, os Fatos Sociais constituem o objecto de estudo da Sociologia pois decorrem da vida em sociedade.O sociólogo francês defende que estes têm três características:
Coercitividade - caracteristica relacionada com a força dos padrões culturais do grupo que os individuos integram. Estes padrões culturais são de tal maneira fortes que obrigam os individuos a cumpri-los.
Exterioridade - esta caracteristica transmite o fato desses padrões de cultura serem exteriores aos individuos, ou seja ao facto de virem do exterior e de serem independentes das suas consciências.
Generalidade - os fatos sociais existem não para um indivíduo específico, mas para a coletividade. Podemos perceber a generalidade pela propagação das tendências dos grupos pela sociedade, por exemplo.
terça-feira, 27 de maio de 2008
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