segunda-feira, 3 de março de 2008

As verdadeiras faces do Carnaval (Nem tudo é folia no carnaval da Bahia)

Primeiramente o que é carnaval? A palavra "carnaval" , relacionada com a idéia de "afastamento" dos prazeres da carne marcado pela expressão "carne vale", que, acabou por formar a palavra "carnaval". O Carnaval de Salvador é a maior manifestação popular do Mundo. Onde bate recordes contando com cerca de 2.700.000 (dois milhões e setecentos mil) de foliões em sete dias de festa, que festejam em três principais circuitos: Dodô (Barra-Ondina), Osmar (Barra Avenida-Campo Grande) e Batatinha (Centro Histórico). Além disso, carnaval não é só folia, pois possui muitos problemas como: altos custos e nehum lucro, trabalho infantil, vilolencia etc.
O carnaval de Salvador movimenta mais de 200 milhões de euros na economia. O governo e a prefeitura de salvador investem cerca de 20 milhões de euros no carnaval de salvador e este custo não é revestido em lucro, pois a arrecadação com os impostos gerados não chega a cobrir 30% do total investido. Mas para onde vai o resto do dinheiro? Apesar de o poder público ser o principal investidor da festa, o lucro financeiro do carnaval baiano fica exclusivamente com a iniciativa privada. O presidente do conselho municipal do carnaval, Reginaldo Santos, diz que; “Esse é um modelo que precisa ser revisto. Quem lucra também tem que assumir custos”, defendendo a tese de obrigar a iniciativa privada a participar de forma mais efetiva do financiamento do carnaval.
Os blocos afros, afoxés, de índios e percussão reivindicam melhores horários na programação do carnaval de Salvador, pois os presidentes dos blocos dizem que é muito complicado seguir o rastro deixado pelas estrelas e torcer para, em plena madrugada, encontrar foliões com boa resistência física e disposição, (A única exceção são os Filhos de Gandhy, que desfilam domingo, segunda e terça, ás 15h). Segundo o presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues, “A fila é completamente antidemocrática” O presidente de Associação dos Afoxés da Bahia, Edvaldo Santos, conhecido há 30 anos como Nadinho do Congo, é ainda mais incisivo: “É impressionante o preconceito com que a organização do carnaval trata os blocos afros e afoxés”.
O trabalho infantil foi um dos focos deste carnaval, onde foram espalhadas placas pelo circuito da folia com as seguintes mensagens: “Crianças não trabalham, brincam”. Na prática, a realidade é outra, pois existem muitas crianças que catam latinhas para ganhar alguns trocados, além de existir outras que vendem água, cerveja entre outros.
A cidade do Salvador apresenta altos índices da violência ocupando o 4º lugar no ranking do Mapa da Violência, da ONG Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana. A capital da Bahia e Porto Seguro são consideradas umas das cidades mais violentas do Brasil. O criminalista Ricardo Cappi disse que: “Na Bahia pensa-se unicamente em prisão de pessoas, sendo que o sistema penal do Estado atingiu o ponto de saturação. O governador da Bahia Jaques Wagner vem discutindo este assunto com a secretaria da segurança e tomando decisões cabíveis com o respaldo jurídico, em relação a violência na Bahia. Durante este carnaval da Bahia, contêineres estão abrigando presos por causa da superlotação. Estes contêineres são como celas e possuem beliches, banheiros, pias, janelas, iluminação e revestimento termo acústico, para evitar a propagação do calor. Os contêineres foram colocados na penitenciaria Lemos de Brito que localiza-se na Mata Escura, bairro de Salvador. Estes contêineres trouxe alguns problemas como a fuga de alguns presos que conseguiram abrir um buraco no piso com auxílio de uma placa de aço arrancada da pia da própria unidade móvel.
Diante dos argumentos apresentados, percebe-se que o carnaval de Salvador não é só flores, mas que existe problemas graves, onde a população de Salvador é diretamente ligada a estes, como é o caso da violência, do trabalho infantil, e da perca do dinheiro da prefeitura. No entanto as autoridades devem agir rapidamente antes que esses problemas intensifiquem-se causando alta indignação da população, algo muito semelhante que acontece no Rio de Janeiro.

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